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Sou uma contadora de histórias. E você? Escreve pra mim! vanebueno7@gmail.com

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Tão perto...


Mariana sempre chegou muito perto de conseguir as coisas.
Quase falou antes dos dois anos. Quase conseguiu ter amigas de sua idade na infância. Quase ganhou o campeonato de handebol da escola. Foi quase modelo da Elite. Quase magra. Quase...quase...quase!
Em algumas situações, desistiu antes. Alegando desculpas absurdas, não falou mais com o menino em quem deu o primeiro beijo. Também não compareceu à prova da Federal.
Com o passar do tempo, quase se acostumou.
Namorou quase três anos. Quase passou no teste de direção. Foi quase âncora do telejornal da faculdade. Tirou quase 10 no trabalho de conclusão. Quase escreveu para a editora x. Quase casou.
Um dia, cansada dessa vida, quase morreu de tanto chorar. Como não morreu, decidiu começar tudo de novo.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Resposta ao amigo Paulo – fundador do Clube do Bem

O Paulo pediu uma crônica sobre mulheres que mentem. Como ele é leitor assíduo, sempre faz comentários muito pertinentes aqui no blog e, principalmente, porque está na lista de meus melhores amigos, ganhou.

Quando uma mulher mente

Mulher mente quando uma pergunta é absurda. Por exemplo:
- Foi bom para você?
Claro que a resposta nunca vai ser:
-Não, foi péssimo.
Em geral essas perguntas surgem na primeira vez que vamos para cama com o cidadão. Eu nunca disse que achei ruim, embora algumas vezes tenha achado. Mas até aí é uma mentira necessária. Vamos combinar que não tem nada que fazer esse tipo de pergunta.
Quando uma amiga pergunta, quase chorando, se engordou, também sou capaz de mentir.
Nunca fingi orgasmo, mas sei de gente que já fingiu. Não acho um erro grave. Pode demonstrar o carinho que temos pelo outro.
A questão toda não é se mulher mente mais ou menos do que o homem. O que está em jogo é o objetivo da mentira. Se o homem está mentindo, por vaidade, só para conseguir comer aquela gostosa que viu na cafeteria. Ou está mentindo por vergonha, por isso esconde que não tem carro, por exemplo.
Todos mentimos, isso é verdade (Nossa, que trocadilho barato). Mas até a mentira tem limites.
Contar histórias sem pé nem cabeça não né. No mundo adulto isso não funciona.
Mulher tem sexto sentido, mais cedo ou mais tarde vai saber.
Agora...
mentiras leves sussuradas ao ouvido... essas eu aprovo.
Mente pra mim?

terça-feira, 14 de julho de 2009

Homem que mente!


Homem que mente, mente tanto e tão bem que quando conta uma verdade é acusado de estar mentindo. Homem que mente não sabe mais o que é verdade em seu repertório. Ensaia na frente do espelho, pensa nas possibilidades de contra-argumentação. É mestre. Mente até para si mesmo. Você quer saber se o seu homem mente? Mas quer saber mesmo? Então lá vai:


Vocês se conheceram em uma Cafeteria. Ele contou sua vida em detalhes em dois minutos. Você pensa:

a) Ele é meio ansioso. Mas gostou de saber que ele fez uma cirurgia na medula há dois anos. Homens que contam detalhes da cirurgia querem compromisso;
b) Ele é sincero. Que ótimo, encontrei o amor da minha vida;
c) Ele só pode estar mentindo. Afinal, quem conta a vida em detalhes em dois minutos?

Ele te convidou para sair e disse que te levaria num lugar especial. Você pensa:

a) Hum, só pode ser um motel, mas tudo bem. Nós somos adultos e ele trabalha muito;
b) Hum, que máximo. Ele vai me levar para um jantar romântico;
c) Hum, só pode ser um motel. Afinal ele não parou de tentar tocar os meus seios no último encontro.

Ele passou o fim de semana com o celular desligado. Você pensa:

a) Deve estar resolvendo tudo com a namorada. Agora vai ser só meu;
b) Deve ter viajado para o interior para visitar o avô que está doente e o celular não pega lá;
c) Ele é casado e está me enganando.

Se você respondeu a ou c, está esperando que alguém lhe diga que está enganada. Se respondeu b, sinto dizer, mas quem está mentindo é você e para si mesma. Se leu esse teste até o fim, está pensando em perdoar as mentiras dele.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Mulher zíper


Minha mãe colecionava botões. Grandes, redondos, quadrados, minúsculos...
Ela tinha um trabalho danado para pregá-los, passava as tardes a escolher o modelo certo.
Costumava perguntar se não era mais fácil trocar os botões, muitas vezes ímpares, por um zíper.
-O zíper não tem o charme do botão.
A resposta me intrigava...

Sempre me disseram que tenho uma beleza exótica. Gostava, isso me distinguia. Até o dia em que a frase mudou.
-Você tem uma beleza necessária
De pronto pensei em algo simples, que muitas vezes passa desapercebido. Mas, não.
Tudo que é necessário tem continuidade. Já o exótico, tempo determinado.
Exótico é aquele botão que guardamos porque não sabemos de onde caiu. O zíper é funcional, cumpre uma necessidade. Abre-se quando menos esperamos, tranca nos piores momentos, mas não desaparece sorrateiramente como os botões.
Sendo assim, sou uma mulher zíper.
Assumo minha beleza necessária.