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Sou uma contadora de histórias. E você? Escreve pra mim! vanebueno7@gmail.com

domingo, 25 de abril de 2010

De repente 30!

Acabo de estrear na idade do não parece. É assim: você diz a idade e imediatamente ouve a afirmação. “Mas não parece”. Ok, muito obrigada. Cheguei aos 30 com carinha de 28. Tá ótimo. Quer dizer, tô ótima. Tinha o sonho, ou plano, já não sei mais, de chegar aos 30 mãe, esposa, rica, gostosa, estudada, com inglês fluente. Cheguei aos 30 feliz! Não é hipocrisia, não. Tô feliz mesmo. Me sinto leve, por vezes adolescente, por outras mulher madura.

Dirigir tem sido um barato. Sim, consegui passar na prova de direção. Aqui vai o meu agradecimento especial a torcida dos amigos. Participar do grupo de amigas solteiras também é divertidíssimo. Um dia alguém nos disse, ou fez pensar, que ter 30 anos significa ser sério, assumir responsabilidades... Descobri que nunca estaremos prontos. Sempre ansiaremos por algo a mais.

Aprendi que não existe idade certa para nada. As pessoas têm seu tempo de amadurecimento. Ignorar isso só nos fará sofrer. Cases de sucesso para uns podem representar fracassos para outros. Minha mãe sempre conta que demorei para falar. Tinha dois anos quando pronunciei a primeira palavra, mas nove meses quando andei pela primeira vez. Quinze anos quando aceitei o primeiro emprego e quase 30 quando passei na prova de direção. Aos 16 perdi a virgindade, aos 24 fui chefe pela primeira vez. Vê, tudo muito relativo.

Aos 28 ansiava por viver. Com medo de não dar conta. Com 29, estava na expectativa de que algo acontecesse. Aos 30 não tenho planos. Tenho algumas premissas. Sei que é jornalista que quero ser. Sei também que minha preferência sexual é por homens. Adoro tomates secos, sagú e camarão. Samba e cinema me divertem. Ler e escrever são essenciais. Amigos e família a parte mais importante. De resto, não tenho certeza de nada.

Não sei se gosto mais de cabelo liso ou cacheado, esmaltes claros ou escuros, gato ou cachorro, comunicação corporativa ou reportagem, Porto Alegre ou São Paulo, corrida ou caminhada. Não sei e não quero saber. Vou testando. Às vezes acerto de primeira, às vezes na quinta tentativa. Outras vezes mudo de idéia. Provo, erro, faço de novo, acerto...

Minha idade varia de acordo com a área da minha vida. A jornalista com certeza é a mais velha de todas as Vanessas que habitam em mim. A amiga passa da puberdade e a amante é jovem, muito jovem. Sigo tentando um equilíbrio coerente entre as partes.