Minha foto
Sou uma contadora de histórias. E você? Escreve pra mim! vanebueno7@gmail.com

domingo, 27 de setembro de 2009

Genésio

Genésio é um cara que apareceu aqui em casa outro dia. O guri falava um gauchês que por alguns minutos até pensei que era dos pampas. Mas é paulista, daqueles que toma chimarrão e abre a porta do carro. Espécie rara e das boas. Iniciamos uma conversa sem fim. Ele tinha vindo para pra falar com a Ju, é fotojornalista. Ju, Juliana Cupini, é a guria com quem divido apartamento tem pouco mais de um ano. Caso é que estávamos em obras nesse dia. O único lugar habitável do apartamento era o pequeno sofá branco da sala. Lá, tive que ficar no meio da conversa dos dois.
Quando a Ju me disse que ele chegaria, me bateu uma vergonha alheia, a casa estava uma bagunça e eu não tinha para onde ir. Enfim, ele chegou e ali ficamos os três, espremidos. A Juliana começou a contar quem ele era e, não sei exatamente onde, ela saiu da conversa. Muitas horas e histórias depois, estávamos lá, dessa vez encantados um com o outro. Percebi isso no exato momento que ele recostou a cabeça no sofá. Notei como são grandes os seus olhos. O Genésio tem os olhos de ressaca da Capitu, de Machado de Assis. Trazem um fluído misterioso e energético, uma força que arrasta para dentro como a força que se retira da praia nos dias de ressaca.
O cabelo cacheado e desgrenhado dá um ar de aventureiro. E o guri é mesmo. Saiu pela América latina de moto, ao total estilo Chê Guevara. Quando eu perguntei se ele ia escrever sobre suas viagens, ele respondeu: Eu não, quem quisesse escrever que viajasse comigo. E essa foi só a primeira de muitas de suas respostas ousadas, que apelidei carinhosamente de pérolas do Genésio. A cada encontro tem uma nova. Adorei o Genésio desde o primeiro dia em que o conheci e agora vai ser assim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário