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Sou uma contadora de histórias. E você? Escreve pra mim! vanebueno7@gmail.com

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Os homens e o futebol


Passei a duvidar de amores fulminantes, desses que nascem em uma semana. Vira e mexe, escuto um novo caso. A Juliana sempre dizia:
-Essas relações que começam de uma hora para outra sempre terminam mal. Cheguei a pensar que ela estava na verdade com uma pontinha de inveja por não ter sido com ela. Mas agora percebo que ela estava certa.
Eu mesma já fui vítima, ou algoz (nunca somos 100% vítimas), de um amor fulminante.
Eh mais fácil acreditar em palavras doces do que encarar a realidade. Mas quando as histórias começam a se repetir, nos forçamos a analisar a situação. Não é possível que todos estejam errados e eu certa, a menos que meu nome fosse Simão Bacamarte, personagem de Machado de Assis que interna toda a população de uma cidade por achar que estavam loucos. Como esse não é o caso, analisemos:
Conheci um homem lindo tomando café no posto. Ele falou algumas trivialidades. Entendi como um sinal para sentar ao seu lado na mesa. Conversamos por 10 minutos, nada além. Ele ficou com meu telefone, ligaria para saber como foi a peça de teatro que eu estava indo assistir. Não ligou.
Nos encontramos então, totalmente por acaso, no restaurante próximo a rua em que trabalhamos. Nesse dia, ele aproveitou para perguntar do espetáculo e me convidar para jantar. Ocorre que o dia do jantar coincidia com a data em que a seleção brasileira jogaria na cidade. Minha primeira reação foi pensar que ele cancelaria o encontro tão logo percebesse a “infeliz” coincidência. Não o fez. Depois pensei que ele me convidaria para assistir ao jogo em algum pub da capital. Também não.
Minha super sinceridade me obrigou a perguntar se ele tinha se dado conta do fato, já nos primeiros minutos em que embarquei no seu carro. Para minha surpresa, ele disse que eu era mais importante do que o jogo da seleção.
-Hum, que legal. Respondi, com um sorrisinho amarelo.
Era a terceira vez que ele me via e eu já despertara tamanho interesse? Não estava muito convencida da veracidade daquela informação. Após um longo jantar romântico, o moço, que não perguntou sobre o placar do jogo ao garçom nenhuma vez, me convidou para um fim de semana na serra.
- Ops...que rápido, pensei com meus botões. Imediatamente uma daquelas vozes internas, sabe aquelas?, me perguntou o que eu tinha a perder.
- Afinal, já está com quase 30 e ainda não casou. Lembre-se disso, gritava a tal lá de dentro.
- Hum, boa ideia, respondi ao candidato.
- Então venha trabalhar com suas coisas amanhã, te apanho no final do expediente, dormimos lá em casa e partimos no outro dia bem cedo. Assim mesmo, como alguém que combina uma reunião de negócios, ou uma praia com o amigo de infância.
Mas, como eu não conseguiria ir, propus algumas mudanças nos planos, que ele aceitou na hora. Mesmo assim minha memória chegou ao final do domingo com frases do tipo: Eu te amo muito; Tenho uma namorada linda (eu); Prepara-se porque comigo tu vais emagrecer, vamos fazer sexo três vezes ao dia.
Quando deitei a cabeça no travesseiro, os pensamentos não me deixavam. Mas será que é isso mesmo que eu quero? Ele nem me perguntou se eu quero ser namorada dele, ou se desejo emagrecer? Onde está escrito que eu quero fazer sexo três vezes ao dia? Em que momento eu disse algo que o levasse a supor tudo isso?
Mas agora eu tinha um namorado, não precisava mais ter de pensar em respostas criativas para perguntas do tipo: Por quê uma moça tão bonita e inteligente não tem namorado?
Na semana seguinte o discurso já tinha mudado completamente e mais um namoro relâmpago acabado.
Segue um aviso aos pretendentes de plantão: Liguei o sinal de alerta. Não acredito mais em paixões repentinas, sexo três vezes ao dia e, principalmente, em homens que não perguntam o placar do jogo ao garçom.

3 comentários:

  1. Ok, sou amante das artes plásticas e desta forma, acredito em " construção", esta palavra é imensa em significado.
    Quando se pinta, esculpe, constrói um objeto, uma instalação, cria um personagem cênico ou se escreve um livro, é preciso uma série de elementos para q a obra tenha teor, entre elas o tempo. SIM, o tempo. Nada vem agora e é fruto deste segundo de minuto! Os "insights" na verdade estão carregados de toda uma vivência e experimentação que podem ser fruto de uma longa vida de análises e tentativas. O mesmo acontece, a meu ver, com as relaçãoes humanas.
    Um dia eu conheci um homem maravilhoso no Parque da Redenção. Eu tinha 16 anos e aquela vivência me fez percebê-lo como uma espécie de príncipe. Casei depois do tempo da paixão! Foi o tempo q entendemos q éramos afinados realamente. Nada foi apressado. Durou oito anos.
    Com meu segundo "namorido" não houve tanta precaução. Houve uma aposta. Resultado: três anos de relacionamento e muitos tropeços.
    Estes tempos eu achei que tinha encontrado meu futuro ex namorado... Parece que está tudo mais rápido, não? Acho que voltarei para os 16 anos...basta que se corte ao meio o meu corpo de 32, né?

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  2. ...n gosta de futebol...era viado, certo!!! hehehe. bjos. heeee, consegui postar

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