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quarta-feira, 20 de maio de 2009

Todos no mesmo barco




Recentemente assisti a uma palestra sobre bullying. O vereador de Porto Alegre, Mauro Zacher, lançou um projeto de lei que dispões sobre a política municipal anti-bullying na rede de educação municipal. Lá, fiquei chocada com os números alarmantes que foram apresentados. Centenas de crianças no mundo todo se suicidaram ou tentaram suicídio após serem vítimas de bullying.
O termo em inglês, sem tradução literal para a língua portuguesa, refere-se a um tipo de violência muito comum nas interações entre pares, especialmente entre crianças e adolescentes nas escolas. São aqueles famosos apelidos: rolha de poço, quatro olho, dumbo, múmia paralítica...Ou, ainda, as agressões aos mais fracos para demonstração de poder e popularidade no meio escolar.
Desconhecia o termo até pouco tempo. Mas o que ele representa eu conheço desde os 8 anos de idade mais ou menos. Nessa época, comecei a engordar e junto com os quilos extras ganhei apelidos pejorativos de toda a ordem.
Decidi sair conversando com as pessoas para descobrir outras vítimas de bullying. Não muito longe de mim, identifiquei o meu pai. Ele e seu irmão eram chamados de Florzinhas na escola (o sobrenome deles é Flores). A minha irmã tinha muito peito, então recebeu o apelido de Parmalat. Minha amiga era a Robocope. E por aí foi.
Entre os famosos, descobri Elvis Presley e Gisele Bündchen. Elvis buscou na música um refúgio para o isolamento que sofreu durante os anos escolares. Gisele foi descoberta durante um curso para melhorar a postura. Ela conta que foi fazer as aulas porque era chamada de saracura e desengonçada por ser muito magra e alta.
No domingo, caminhava na redenção, quando ouvi uma voz a gritar meu nome. Ao olhar para trás percebi que era a menina que me perseguia no colégio. Por causa dela, fui chorando para casa muitas vezes. Senti vontade de caminhar até lá e lembrá-la do mal que causou. Não o fiz. Não sei se adiantaria.
Também notei que ela estava com a namorada, sim ela assumiu a homossexualidade. Será que aquela agressividade toda com as meninas (ela só perseguia meninas) era medo de perder o suposto controle a qualquer momento? Não sei. O que sei é que ela passou de criança agressiva a namorada dedicada, e eu de bebê monstro a rainha estudantil. Vê, estamos todos no mesmo barco.

Um comentário:

  1. vanessa..

    Esta era a moça que queria me levar pro espiritismo?
    bahhh. entendi o "espírito da coisa", o de porco...rs

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